domingo, 25 de dezembro de 2011

O paradoxo do agir...




          Por quais razões não podemos nos contentar com o essencial ou enxergar a singela verdade por trás das coisas e mesmo assim poder admirar a beleza do todo? A felicidade ,que se limita a tangenciar a vida nos momentos mais inesperados, fez do homem um ser cruel, pois este supervaloriza o ganho, mas jamais sabe lidar com a perda. Logo esta fera busca usufruir da felicidade alheia. De fato não largamos nosso comportamento primitivo, só o tornamos civilizado. Ainda nos subjugamos às mesmas regras.
          Contudo, foram criados valores, noções de honra, virtudes, conceitos de ética e em prol da harmonia surgiu a moral. Abstrações que tornaram o convívio humano suportável num ambiente em que a espécie proliferava muito além do naturalmente aceitável. Via-se então a necessidade de criar um novo ambiente, adaptado às nossas demandas. O animal domou a si, mas em essência ainda é o mesmo.
          O primordial, esse sim é o foco. Tudo compartilha uma mesma origem. Tal como a música, composta por um série de acordes, formados por conjuntos de notas, notas estas que se resumem em vibração, uma frequência específica, um traço de energia, intangível. A matéria, conglomerados de átomos, partículas que se mantém unidas porque vibram em uma frequência consonante, pois do contrário se desfazem em energia.
           Só o tempo talvez se livre dessa premissa, talvez por ser a maior das abstrações. Não há como conceituar o tempo, caso flua, ela se desdobra num plano superior, nunca o compreenderemos. Nada talvez ilustre melhor essa ideia que uma passagem do romance "Planolândia" de Edwin A.Abbott em que um quadrado, habitante de um mundo bidimensional, se intriga com uma misteriosa circunferência que repentinamente aparece, se expande ao ápice e volta a encolher até desaparecer, mas não consegue contemplar a esfera causadora deste fenômeno.
           Somos agraciados com uma realidade admirável, mas não paramos para analisar sua fragilidade e o quão pouco sabemos sobre ela. O gênio humano nutre uma extraordinária arrogância. Atribuímos valor a tudo de modo que as coisas mais singelas não nos atraem por serem desprovidas de grandiosidade, mesmo que detenham os mais relevantes saberes.


@Ferreira_GMV

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Renascer...



Tudo o que revive, por lógica, já, de alguma forma, pereceu. Se pelo fogo, tal como a fênix, renascerá das cinzas, mas se corroído pelo tempo de que forma irá retornar? Se da memória apagada de uma ideologia conseguimos salvar a essência, será por meio do mais ínfimo e puro ato, o de compor a personalidade da coisa. Se deste altar de reflexão me retirei é porque visava um retorno que carregasse consigo tudo de novo que o residente deste corpo viveu, sentiu, compreendeu, mas que principalmente criou, com o simples dom da insanidade.         
A loucura é o berço da razão. Da anormalidade é que se tiram conclusões relevantes, do comum temos sorte se destilarmos uma ou duas virtudes. O diferente se destaca, e por se destacar vira alvo, foco de repulsa e preconceito, fonte não de todos os medos, mas do maior deles, o medo da mudança. Insano é aquele ergue a bandeira do progresso e ironicamente é este o primeiro racional de uma nova geração, assim como qualquer revolucionário se torna o mais fervoroso conservador após a revolução.
Assim que uma ideia se assenta ela já é ultrapassada. Num primeiro minuto toda a essência de uma tendência se esvai, têm inínio o deley dos disparos, o progresso fica estagnado pelo tempo que durar o efeito entorpecente da mudança, depois o mundo se agita, percebe a mais singela premissa, o homem não foi feito para ficar parado. Energizados pelo choque de compreenção passamos a buscar um alvo abstrato, composto por uma realidade ainda desconhecida, que a chama que arde na mente de cada um de nós anseia iluminar.
          O que não compreendo é como hoje o esplendor de uma tocha pode se encontrar resumido no espaço de uma fagulha. Dividida, essa ânsia de milhares se encontra amparada por poucos. Como chegar ao topo do progresso? Inatingível... O conformismo se confunde com a interpretação mais ridiculamente simples e errônea do pragmatisto: “buscar fazer somente aquilo que se mostre fácil e não demande esforço”. A ânsia destruída pela contra-chama de um imperialismo comportamental, cujas cinzas o tempo insiste em corroer, parece lentamente perder sua essência, mas uma mente dissonante, naturalmente, visa preservá-la.


@Ferreira_GMV

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Reino de Tiquê...


          O que jaz em terras ermas, distantes da compreensão humana, senão o conhecimento capaz de responder aos questionamentos do homem. Uma verdade absoluta, inquestionável e  resolutamente inalcançável que é o objetivo da busca que todo homem, mesmo que inconscientemente, realiza em vida e quem sabe depois dela, uma verdadeira odisseia por um estado de derradeiro equilíbrio, a tão desejada felicidade.    
          A felicidade dita plena se resume no equilíbrio, num processo de contínuo desenvolvimento ligado ao sentimento de prazer, mas que permanece inatingível ao homem, visto que reside na paz e na aceitação da pluralidade do meio e na singularidade de si, sendo a ânsia por encontrá-la um motor capaz de mover o indivíduo. Sendo também ligada aos valores de cada sociedade, no que esta considera ser o certo e mentalmente saudável.
          Contudo, com o turbulento fim da Idade Média os valores de uma apoteose servida de pão e regada a vinho foram desvirtuados, se é que há muito não haviam sido. A sociedade que emergiu do caos constituía um paradoxo elementar, uma vez que abria espaço ao esclarecimento intelectual e ao mesmo tempo criava um sistema cruel e elitista, o mundo Pós-Revolução Industrial foi dominado pelo capital burguês e este fez surgir um novo conceito de felicidade, vendido em doses homeopáticas, de natureza entorpecente, pago com labor, um mundo onde até mesmo o acaso age em favor dos soberanos, onde a ilusão atua sobre os homens alimentando os respiradores do Éter primordial.
          O desvio que o homem impôs ao seu destino começa a ganhar forma a medida que novos avanços surgem no campo tecnológico. O problema da subinteligência se faz presente, já que a geração informacional negligencia a compreensão do próprio homem em prol da exploração de novos horizontes dos quais sabemos muito pouco, a compreensão dos valores necessários para a convivência pacífica se perde em meio a toda essa técnica, o que nos faz enxergar um novo homem, que se cansou de refletir antes de realizar e resolveu se transformar na mais destrutiva e instável das bombas.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A matemática da Angústia de Sartre


          Você deve estar se perguntando qual a relação das teorias de Sartre com a matemática ou então lendo este post com um olhar de descrença que ao mesmo tempo me incrimina de ser um louco. Pois bem:



          Esta é uma representação das chamadas Equações de Lorenz; o evento ,apelidado de efeito borboleta, tem como principio fundamental o fato de que ínfimas mudanças nos dados de um sistema não-linear causariam um efeito dominó partindo de uma interseção e que mudaria por completo os resultados finais do experimento. Lorenz era um metereologista que elaborou essa tese como forma de elucidar como as diversas condições naturais afetam o clima e de provar que um modelo meteorológico eficaz seria aquele capaz de prever o maior número de resultados possíveis. A tese de Lorenz é um esboço da Teoria do Caos que demonstra matematicamente o motivo da Angústia desenvolvida pela filosofia de Sartre, justificada na imprevisibilidade do resultado de nossas ações.




          O filme Efeito Borboleta utiliza essa temática de maneira a provocar uma reflexão não só sobre essa angústia, mas sobre a maneira pela qual ela influencia nossas ações. O filme traz como protagonista um jovem que possui a habilidade de voltar no tempo e mudar determinados acontecimentos, e que movido por essa angústia de não saber como os fatos se desenvolveriam se ele tivesse agido de maneira diferente, decide fazer uso de seu poder para tentar melhorar seu presente, mas esbarra em questões delicadas, pois alterando o menor dos detalhes ele inicia uma reação em cadeia que altera completamente a realidade, o que acaba contrapondo sua felicidade com a dos demais, fazendo com que ele perceba que ele nunca poderá ser livre dessa angústia uma vez que a vida é um sistema caótico com interferências demais para se ter certeza de algo e de que sendo assim as muitas únicas escolhas que temos durante a vida devem ser feitas da melhor maneira possível. 



          Dr. Ian Malcolm, personagem fictício criado por Michael Crichton em seu romance Jurassica Park, é um matemático adepto da Teoria do Caos que é convidado a participar de um grupo de especialistas que tem como objetivo avaliar a segurança do empreendimento multimilhonário de John Hammond e de sua empresa de biotecnologia, a InGen, que tinha como ponto chave a recriação de espécimes de dinossauros por meio de técnicas de clonagem para serem utilizados como atração de um parque temático. Ian permace a todo momento atento aos pequenos detalhes do funcionamento do parque e insiste em apontar quaisquer falhas que se consideradas em um sistema caótico resultariam em algo bem diferente do previsto pelos empresários da InGen. O livro, tal como o filme, mostra a comprovação dessa teoria, o destino mais uma vez foge ao controle e à compreensão do gênio humano.




          A filosofia de Sartre evidencia uma cruel verdade, a de que nós somos constantemente obrigados a lidar sozinhos com as consequências de nossas ações mesmo só tendo uma pequena parcela de culpa no evento. Partindo do pressuposto de que o início do universo se deu com o Big Bang, o sistema caótico que deu origem à realidade que conhecemos hoje teve início quando as duas primeiras partículas colidiram e iniciaram uma série de acontecimentos aleatórios e alheios à quaisquer caminhos pré-estabelecidos. O radicalismo de Sartre encontra razão somente da constatação de que só nossa ação final é que dá o estopim para os eventos. Podemos condensar essa teoria de Sartre se compararmos o homem à um artista que se dedica à pintar um quadro perfeito, mas que é obrigado a fazer isso vendado e desprovido de qualquer noção espacial, a obra resultante mesmo que influenciada por uma infinidade de incógnitas só ganha forma com o intermédio do artista e é impossível de ser prevista.




Att Ferreira_GMV

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Estado Mental...


          Segundo os preceitos levantados pelo grande gênio da psicanálise, Sigmund Freud, a mente humana se estrutura de forma que é dividida em três instâncias distintas denominadas, ID, Ego e Superego, que coexistem em uma infindável batalha pelo controle do indivíduo. Sendo o ID a personificação dos instintos e desejos latentes, o Superego a consciência moral e o Ego uma espécie de mediador da disputa. Tendo explicado o conceito o que me resta é levantar o tema central deste post, o que nos instiga a agir do modo que agimos? 
          Sendo o homem um adorador da realização dos prazeres carnais, o que buscamos em nossas vidas são formas de saciar as demandas do ID. O nosso lado animal aflora quando o deleite de nossos prazeres é ameaçado pela presença de outro indivíduo, e sendo assim, os instintos animalescos do homem o instigam a agir de forma egoísta, priorizando o felicidade momentânea de seu eu em detrimento dos demais.
          O que diferencia o ser humano dos demais seres é a capacidade de desenvolver uma terceira instância da mente. O Superego aparece com a função não de regulamentar o ID, mas de auxiliar o Ego a atender sua demanda de acordo com uma moral social. Seu grande feito foi levar a humanidade à um patamar evolucionário diferenciado visto que possibilitava ao homem a vida em comunidade atrelando o que é benéfico ao eu ao que é benéfico ao grupo e assim levar nossa espécie ao desenvolvimento.
          Sendo agora o todo tão importante quanto o indivíduo a humanidade caminharia para uma tão sonhada utopia se não fosse por um mero detalhe. A vida em sociedade exige concessões, e sendo assim o homem aprendeu a manipular essa moral social de modo a estabelecer relações de dominância, o egoísmo mais uma vez impera, mas de uma maneira moralizada de modo que a grande maioria dos indivíduos concorda com a supremacia de determinado grupo, pois acredita que é capaz de fazer parte dele. A promessa de poder ludibria os dominados, em sua eterna espera eles cultivam metas e planos, mas nunca os colhem, pois as sementes não germinam em uma terra ilusória. ID, Ego e Superego se limitam a esperar, a alienação surge nesse instante, irônicamente no ponto em que a mente encontra equilíbrio.


Att Ferreira G.M.V.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ensaio sobre uma mente universal - parte final



         Para os que não sabem, o "Ensaio sobre uma mente universal" é a representação do conceito que eu, com muita influência, formulei sobre a identidade da "mente universal". Eu iniciei esse pequeno projeto no meu antigo blog, mas o interrompi devido à criação deste. Venho agora concluí-lo com um terceiro e último post e como resposta à última postagem de um dos meus blogs parceiros o "Mais Um do Universo"


Primeiras partes:


Ensaio sobre uma mente universal - Parte 1
Ensaio sobre uma mente universal - Parte 2


          Uma mente universal nada mais é do que um meio conectivo, uma força absoluta que interliga tudo o que é físico, uma essência que permeia e engloba todo o universo, uma entidade onipresente e resoluta que de tantos nomes possíveis foi decidido chamar-lhe de Deus, uma Mente Universal é tudo e ao mesmo tempo nada.
          Para entendermos como esse conceito se manifesta temos antes que esclarecer algumas coisas. Em primeiro lugar temos as doutrinas religiosas, aglomerados de preceitos falhos que errôneamente são considerados sinônimos de fé. A instituição religiosa se resume no mais perfeito instrumento alienante do qual pode se valer o ser humano, seu funcionamento se resume em três pilares que são constantes a toda religião, são eles: a forma como hipóteses acerca do que é o divino são apresentadas como sendo verdades absolutas e impassíveis de serem confrontadas, a divulgação de uma interpretação subjetiva e única de seus dogmas fundamentais e por fim a manipulação das grandes massas em busca de poder. O que é necessário entender é que religiões são ideologias criadas por convenção que incluem tudo menos a compreensão do que é a mente universal, o que eles fazem é recriar Deus à sua imagem e semelhança. Ter fé portanto não é seguir uma determinada ideologia pois esta lhe parece coerente, ter fé é se afastar de conceitos pré determinados e criar suas próprias idéias.
          A humanidade sempre girou e para sempre continuará girando em torno de Deus, a sociedade atual é  Teocêntrica, cultua a ciência como lei e o saber como divindade, a crença na razão não nos afasta da religião, só nos faz crer que sim. Portanto a mente universal só é algo visível para aqueles que não creem e estes são os únicos que possuem fé. A crença desde sempre foi banalizada, o homem banalizou sua própria filosofia justamente por defendê-la, a ânsia de atingir o quanto antes a perfeição nos faz deixar de enxergar pequenas verdades.
         Uma Mente Universal é portanto, intangível, mas existente, sua natureza não pode ser conceituada pois apesar de ser imutável é percebida de diversas formas. Deus portanto é energia, é onipresente e indestrutível, sua força move todo o universo; nós somos uma minúscula extensão de seu poder, nossa mente é uma fábrica de ilusões com um enorme potencial de produzir realidade, mas nossa capacidade é abalada pela nossa pressa em descobrir eventos e criar explicações quando na verdade, estas também têm que ser descobertas, nossa fé é nada comparada à de um mero grão de areia, este não pensa e não crê, somente sabe.


Att Ferreira G.M.V.

domingo, 24 de abril de 2011

Fausto...

Soul Society - Tradução


         A música Soul Society da banda de Metal Melódico Kamelot faz parte de um álbum intitulado "The Black Halo" que junto com seu predecessor "Epica" constituem uma narrativa inspirada na lenda alemã acerca do Dr. Johannes Georg Faust, um médico, mágico e alquimista nascido no séc. XV que supostamente teria feito um pacto com Mefistófeles ou Mephisto(demônio aliado de Lúcifer e em algumas culturas sinônimo do Diabo) em busca de saber.
         Na narrativa da banda, Mephisto é retratado como sendo o próprio Lúcifer, o Arcanjo que mais amou Deus, mas que se negou a defender a humanidade sendo assim expulso do paraíso. No Epica, Mephisto faz uma aposta com Deus, ele poderia voltar ao paraíso se conseguisse tomar a alma de Ariel, humano preferido de Deus e a representação de Fausto na narrativa. Ariel por sua vez é um alquimista que busca uma verdade universal que a ciência e a religião não puderam lhe dar e para tal ele assina um tratado com Mephisto, ele teria poder e ajuda do demônio, mas daria a Mephisto sua alma caso um dia fosse feliz, e para tal, Mephisto oferece a Ariel o contentamento de todos seus desejos carnais. Logo na sequência da história, Ariel reencontra Helena, a única garota que ele realmente amou, e tem com ela um breve romance, porém Ariel havia mudado depois de ter assinado seu pacto e quando Helena conta a ele que está grávida, Ariel, decidido de que o pacto poderia causar sofrimento a ela, a abandona para seguir sua busca, contudo, desconsolada, Helena comete suicídio. O que se segue é uma batalha na mente de Ariel, após a morte de Helena ele passa a ser consumido pela culpa, Mephisto então vê seu plano ameaçado e tenta de todos os meios fazer Ariel feliz. Encontra então em Marguerite, uma mulher cuja a aparência e o espírito lembravam Helena, a oportunidade que precisava, ele então seduz a mente de Ariel, mas a memória da amada ainda permanece como um sinal de inocência e benevolência na mente do rapaz e faz com que este também a abandone. Ariel então se vê obrigado a carregar sozinho o peso de uma dualidade que opunha sua busca pela verdade, representada na figura de Mephisto e seu amor e saudade encarnados em Helena.
          A faixa Soul Society aparece nesse momento, a música retrata a aflição de Ariel, o fato de ele não conseguir entender como sua busca pela verdade pôde ter consequências tão terríveis e como essa tendência se aplica a toda a humanidade, ele lamenta o ponto em que chegamos e a maneira pela qual as boas ações não conseguem suprimir o vício e o egoísmo, em seu sofrimento ele anseia por uma sociedade justa; a "Sociedade das Almas" configura sua utopia, seu desejo de que todo homem pudesse perceber que é apenas um mero fragmento de algo maior e que pudesse então viver de acordo com um único princípio expresso no seguinte verso "All for one and one for all" (Um por todos e todos por um).



         A narrativa prossegue e Ariel decide confrontar Mephisto mesmo sabendo que sua existência agora estava condenada e que o pacto firmado com o demônio só o afastou de seu objetivo, ele se determina a ter uma vida pura como a de Helena e opta pela justiça, não por esperar perdão, mas por ser o certo. Porém esse desejo repentino de desafiar e ao mesmo tempo aceitar o destino abre seus olhos para uma verdade que esteve o tempo todo diante dele. Na faixa Nothing Ever Dies, Ariel demonstra como essa batalha entre bem e mal, virtude e vício está presente em nossas vidas, diz que existe um Deus para cada cultura e que o certo e o errado são conceitos relativos e listando as diferenças ele encontra uma semelhança, algo que de alguma forma é comum a toda comunidade humana, Ariel então percebe que o amor é a única verdade universal, percebe que a vida não pode oferecer toda a satisfação necessária já que não é possível estar absolutamente correto a respeito das coisas e sendo assim estamos sujeitos ao erro e temos na morte não a única certeza, pois esta é incerta, mas o único destino para o qual abrimos e traçamos nosso próprio caminho. Nesse momento Ariel tem um profundo lapso de alegria que sela seu contrato com Mephisto, sua alma então é tomada, mas não por Mephisto, por ter optado negar o mal mesmo diante do fim Ariel ganha perdão e sua alma passa a existir no paraíso ao lado da de Helena, Mephisto é então jogado ao inferno de onde lamenta não ter tido capacidade para prever tal acontecimento. A última faixa do álbum, Serenade, traz um desabafo senão uma lição, apesar na temática triste é carregada de esperança, de um desejo de renovação, em resumo nos mostra que caindo ao fundo de um abismo conhecemos pelo menos o caminho de saída, seus últimos dois versos resumem de maneira simbólica o que levou Ariel ao seu trágico final feliz, "What does the winter bring if not yet another spring" (O que o inverno traz senão mais uma primavera?)...

A adaptação de Goethe do conto de Fausto continua sendo a mais famosa entra as muitas existentes...



Att Ferreira G.M.V.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Inspirações e idéias...



          Há pouco estava conversando com minha excelentíssima amiga Gabriela quando tive uma idéia para o post de hoje. Não pretendo seguir nenhum padrão de texto ou coisa do tipo,vou deixar a mente fluir...




          Os que estudaram Filosofia no Macedo no 7º ano em 2007 certamente assistiram "A Corrente do Bem" e os que não estudaram provavelmente devem ter assistido. Basicamente o filme conta a história de um garoto chamado Trevor que cria a ideia da corrente do bem como um projeto de estudos sociais. A corrente funciona com base em três premissas: fazer algo à alguém que este não pode fazer por si, fazer isso para três pessoas e dizer para estas três pessoas que façam a mesma coisa com outras três. No decorrer da trama Trevor vê suas tentativas de iniciar a corrente serem frustradas pouco a pouco e no fim ele acaba sendo esfaqueado por um "valentão" do colégio e é internado em estado grave. Contudo antes de vir à falecer, Trevor vê que sua corrente de alguma forma teve início e atingiu um número de pessoas muito maior do que ele podia ter imaginado, o filme acaba com uma multidão que se reuniu graças à um repórter que havia sido beneficiado pela corrente prestando uma última homenagem ao garoto. 
          Dentre as lições que podemos tirar dessa história eu destaco duas, a primeira é a de que devemos acreditar em nossas idéias e insistir para que elas se concretizem e a segunda é a de que antes de se fazer o bem é necessário confiar em pequenas centelhas de bondade nas pessoas e explorá-las para que elas possam ganhar força e mudar a mente do indivíduo. Pelo menos é isso o que eu penso...




          O filme A.I. pode ser entendido como a história de um pinóquio moderno. O filme baseado no conto "Supertoys Last All Summer Long" de Brian Aldiss, conta a história de um andróide infantil que é programado para agir como uma criança normal e para amar incondicionalmente seus pais. O filme põe em conflito diversos valores da sociedade e evidência a relativa crueldade do gênio humano, fatores que guiam o protagonista em sua constante busca por compreensão e amor. O grande dilema que a história propõe é "O que caracteriza o ser humano?" e para exemplificar isso ele faz uso do seguinte questionamento "é correto continuar tratando como objeto algo que é criado com sentimentos humanos?"...




          O livro "The Host" da tão adorada quanto criticada escritora Stephenie Meyer conta a história de uma individua de uma espécie alienígena que sobrevive parasitando outros organismos acreditando estar ajudando estes seres a evoluírem de forma pacífica e com o objetivo e recolher conhecimento por todo o universo. O livro, exclusos os dilemas amorosos que não acrescentam muita coisa à narrativa, gira em torno do conflito moral que a protagonista vivencia ao parasitar uma humana chamada Melanie que resiste à sua dominação e faz com que ela questione se a política adotada por sua espécie é correta. A protagonista, Wanderer ("Vagadora" ou Peregrina como é chamada na tradução para o português), possuiu uma virtude que deveria existir em todo homem que é a habilidade de questionar suas ações. Além disso o livro retrata o problema do preconceito e da aceitação das diferenças. Uma boa dica de leitura!


          
          Fascinação da minha infância e uma das melhores leituras da minha adolescência o livro de Michael Crichton, Jurassic Park, é sem dúvida uma das melhoras obras que tratam da ambição e de suas consequências. Não vou prolongar esse assunto, pois todos conhecem a história genérica do livro, mas lhes asseguro que a obra completa é muito melhor que o filme! Recomendo totalmente!


Att Ferreira G.M.V. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

É triste (Remake)...



"...Está um dia tão bonito lá fora, eu quero brincar, mas hoje não dá, hoje não dá, a maldade humana agora não tem nome, hoje não dá, vou consertar a minha asa quebrada e descansar..."

          Queria poder saber o porquê por mais macabro que fosse, gostaria de entender o motivo, mas as consequências desviam o meu foco. Queria poder me distanciar de toda essa insanidade, mas meus pés ainda estão presos ao chão com medo de quem nem o céu nos ofereça segurança.

          1996... 1998... 1995... 1997... e outros tantos números, soltos ao vento e impressos nas fichas médicas que chegaram hoje ao hospital São João Batista em Volta Redonda acompanhadas de pequenos olhares que vislumbraram vidas que acabaram cedo demais e que irão renascer para abrir sorrisos em novos rostos...
          Em um mundo onde insanidade e fanatismo são elementos de uma mistura com potencial catastrófico, o que resta a nós fazer? Em um mundo onde loucos pedem perdão por algo que não se arrependem o que nos resta fazer? Passado o choque começamos a chorar, findado o choro surge a raiva e da raiva surge aquilo que o homem carrega de pior.
          Talvez devamos temer ou então nos calar, nos limitar a refletir e questionar. Minha mente dissonante agora parece comum, compartilha do mesmo sentimento, pois acontecem coisas no mundo que nem mesmo os mais insensíveis indivíduos conseguem analisar com frieza...

"... gostaria de não saber, destes crimes atrozes, é todo dia agora. E o que vamos fazer? Quero voar pra bem longe, mas hoje não dá, não sei o que pensar e nem o que dizer. Só nos sobrou do amor a falta que ficou..." 


Os Anjos...   



Att Ferreira G.M.V.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Trocando ideias...


              Aproveitando o assunto que meus amigos Pedro e Tasso abordaram em seu blog http://maisumdouniverso.blogspot.com/, o qual eu recomendo, eu venho então propor a minha resposta à seguinte pergunta: Quem é Deus?
         
          O homem a partir do momento em que toma consciência de sua existência se questiona a respeito de sua origem e de sua essência, busca entender seu papel no mundo e a maneira pela qual esse mundo funciona e elabora explicações para questões que vão muito além de sua compreensão.
          A idéia de Deus como uma entidade onisciente, onipresente e onipotente é uma constante em todo e qualquer tipo de religião. O culto à um Deus se dá pela necessidade do homem de atribuir sentido àquilo que ele não entende, o homem aceita como verdade um conceito idealizado e estruturado por outros homens que, como nós, possuíam um egoísmo latente e por mais virtuosos que fossem ansiavam o poder.
          Não é idéia minha contrariar a crença de ninguém, contando que este saiba defendê-la. Não posso concluir que determinada ideologia é fundamentada em mentiras, mas acho que sendo o homem o que é, tenho minhas dúvidas se essa suposta mensagem divina permaneceu imutável no decorrer da história.
          Para mim Deus se apresenta como uma entidade não necessariamente racional que somente preserva sua onipresença e se manifesta através da maneira com a qual a natureza se organiza. Deus então se resume na essência das coisas, e todas as coisas se resumem em Deus, o conjunto de regras e princípios imutáveis que regem o mundo material caracterizam essa entidade. Vivemos em uma época em que os dogmas teístas foram corrompidos em prol da dominação das massas, mas que recorrer o ateísmo implica em cultuar a ciência e nos torna céticos à novas idéias.Por fim a única lição que se pode tirar é que não importa em que acreditamos, só precisamos nos perguntar se nossa fé se baseia em conceitos próprios e originais e não em discursos artísticamente traçados que escondem pretensão e sua subjetividade... 

"Acreditem em suas idéias..."

Att Ferreira G.M.V.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Homenagem...



"Agora eu vou falar pros miseráveis que vagam pelo mundo derrotados, pra essas sementes abortadas cansadas de correr na direção contrária ansiando ter um flite paralizante qualquer, pra poder se livrar do prático efeito de um tempo que não para e que rezam por seus já falecidos heróis ajoelhados diante da privada; falo pra maiores abandonados à busca de uma ideologia, pra quem teve seus sonhos vendidos tão barato que nem puderam acreditar, pra garotos exagerados que iam mudar o mundo, mas que agora não esperam mais o dia nascer feliz, pro poeta que não morreu..."


Não adianta viver os mesmos erros daqueles que são sinceros ao te alertarem do perigo, pois o arrependimento não nos livra das consequências...




Parabéns Cazuza! (04/04/1958 - 07/07/1990)


Att Ferreira G.M.V.

domingo, 3 de abril de 2011

Onde estão as críticas? ...



          Como desenvolver uma ideia sem alguém que a contrarie? Como atingir o progresso intelectual sem questionamentos, sem que falhas sejam apontadas em um raciocínio? Como não tomar por encerrada uma discussão que não começou? Só anseio uma unica resposta.
          Escrevo aquilo que penso e observo e em troca eu espero que duvidem de mim, que vocês me apresentem novas ideias e conceitos e que abram meu horizonte para algo que eu não enxergo, mas que a todo instante busco enxergar, pois sei que cada um tem dentro de si uma vasta gama de ideias e sei quão assustador é traze-las à tona, mas é o que precisa ser feito.
          "É a verdade o que assombra, o descaso que condena, a estupidez o que destrói...", como certa vez disse Renato Russo, o qual eu nunca cansarei de citar... A verdade é de fato assustadora e negá-la nos deixa fadados à ignorância, mas o pior de tudo é ser estúpido a ponto de corrompê-la.
          Uma crítica com fundamento não precisa ser redigida com elegância tampouco ocupar infinitas páginas de um livro, esses recursos são meros atrativos para o conceito real, no fim o único dever de uma crítica é simplesmente fazer o leitor pensar...


"Hoje eu desafio o mundo sem sair da minha casa, hoje eu sou um homem mais sincero e mais justo comigo..."
(Me Deixa - Marcelo Yuka/O Rappa)




E sim, isto é um apelo para que façam comentários! D:


Att Ferreira G.M.V.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Medo da diferença...



          Hoje eu penso que a humanidade funciona como uma calculadora, somos manipulados por aqueles que nos enxergam desta forma e somos limitados por uma série de regras que não nos deixam criar nada novo, nossa reação premeditada é convertida em números para uma classe econômica que parasita e consome as demais.
          O mesmo sistema que rege e depreda a sociedade oferece uma válvula de escape para o stress da realidade, promete vida próspera àqueles que acreditarem em tudo que for dito e colaborarem com o seu funcionamento, em troca a única coisa que o indivíduo precisa fazer é abrir mão da razão e aceitar com fé o dom da ignorância, o mesmo conceito básico pelo qual a antiga Roma mantinha o controle de seu povo, o famoso "panis et circenses".
          Por fim cabe aos jovens mudar e aos demais passar os fins de semana vegetando diante da televisão, só que os jovens envelhecem, amadurecem, e se seu desenvolvimento não foi propício à estimulação da mente eles se espremem no mesmo sofá superlotado para assistir ao mesmo programa que tanto repudiaram...
          O que se apresenta como entrave para a inovação acaba sendo o medo de se destacar em meio a uma multidão alienada e sendo assim acabar por se converter em um alvo fácil para o lado negro da sociedade, o medo de ser declarado um pária e viver uma vida solitária e assistir suas ideias sendo corrompidas e vendidas pelo sistema, enquanto você definha por ser incompreendido.
          E meus amigos parecem ter medo de quem fala o que sentiu, de quem pensa diferente, mas só porque eles nos alertam do "perigo" de agir assim, pois quando a grande massa é homogênea ela é mais facilmente controlada e eles tem maior autonomia para buscar a morte de nossas idéias.


Att Ferreira G.M.V.

terça-feira, 29 de março de 2011

Citações e devaneios...


          Certa vez Albert Einstein disse que uma mente que se abre à uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original, mas ainda assim continuaram a existir o ceticismo exacerbado e a hipocrisia. Einstein dedicou sua vida à derrubar a densa barreira que separa a ciência da religião, mas fracassou devido ao despreparo do homem em aceitar conceitos que contrariam suas noções básicas.
          O objetivo dos gênios não é fazer o indivíduo abandonar suas crenças, mas ensiná-los à questioná-las. Renato Russo em sua música "Metal Contra as Nuvens" disse o seguinte, " Não sou escravo de ninguém... sei o que devo defender... por Deus nunca me vi tão só, a própria fé é o que destrói, estes são dias desleais..." então porque devemos nos ancorar àquilo que nos impõem como certo? Porque se não aceitarmos isso passamos a ser párias, ficamos fardados à solidão por ninguém nos compreender... a dita fé dos outros por fim nos destrói.
          Voltaire, filósofo iluminista e defensor do deísmo, disse a seguinte frase, "respeito o meu Deus, mas amo o universo". O objetivo da filosofia deísta é se desprender dos conceitos teológicos rudimentares e ignorar o ceticismo ateu para definir Deus por meio da razão. Essa postura "em cima do muro" que o deísmo assume não é imparcial e tampouco vai contra à qualquer outro conceito, pois possui um caráter conciliador, aceitando e debatendo toda e qualquer nova idéia.
          "A história do mundo é, essencialmente, a história das idéias", frase do escritor britânico H.G.Wells, criador de obras como "A Guerra Dos Mundos" e tantas outras, sintetiza bem o sentido geral deste post. Uma idéia mesmo que pequena, como eu não canso de dizer, pode mudar o mundo, para tal basta que ela seja questionada.

Att Ferreira G.M.V.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Cultura"...

        
          Por definição, cultura é tudo aquilo que existe por influência humana deixando assim de ser natural, só que na pratica não é bem isso, o conceito popular é de que cultura define somente o conjunto de práticas artísticas do homem, assim como seus pensamentos.
          A cultura atual assume um caráter globalizante que opta por definir aquilo que se configura inatural e fruto da ação humana, o que representa algo muito além das artes e dos conceitos e que se materializa como algo concreto e presente, desde uma simples colher à um avião capaz de romper a barreira do som, coisas que surgiram em decorrência de uma idéia e de uma gama de conhecimentos obtidos pela humanidade ao longos de sua desenvolvimento.
          Só que nesse progresso cultural existem diversos poréns, talvez o mais complexo e perigosamente delicado deles seja exatamente a transformação da natureza em cultura. O sistema capitalista tem por base a obtenção imediata de lucro, o que fez com que gerações negligenciassem os cuidados com o meio ambiente levando o planeta à um quadro crítico em que é menos dispendioso tentar conter as mudanças climáticas do que  aceitar suas consequências.  
          Victor Hugo uma vez disse "É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve" e é ainda mais triste perceber que mesmo se escutássemos não faríamos nada, em primeiro plano o homem é egoísta como espécie, parasitando o mundo em que vive e moldando sua cultura com esse, já não mais, imaculado espólio.


"Não devemos ter medo de inventar seja o que for. Tudo o que existe em nós existe também na natureza, pois fazemos parte dela."


Pablo Picasso


Att Ferreira G.M.V.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Refúgio...



          Às vezes o mundo ao redor some, o silêncio reina, o olhar não se foca, a respiração parece ser o único marcador do tempo e só então percebo que estou sonhando acordado, mas quando tento entender o que penso tudo se esvai... e como que recém despertado de um eterno sono volto à realidade sem entender realmente o que aconteceu.
          A inspiração me escapa por entre os dedos... estava tão perto...em seguida se perde no vazio ou então se dispersa no Éter, como preferir chamar, e por fim deixa de existir... uma ideia com o potencial de mudar o mundo, expressão máxima de pureza, transportada para o mesmo entulhado e plangente vazio a que damos o nome de nada.
          O fato maior, porém, é que ela surgiu e apesar de perdida sua breve existência alimenta a esperança de quem a elaborou, de quem teve o prazer de sonhar e mesmo que não lembre de vislumbrar a germinação de um novo conceito, o seu conceito...
          Na minha mente dissonante então busco refúgio, mas só porque a realidade nos limita, nos coloca na posição de peões em seu xadrez pretensioso e nos incita a batalhar, nos tornamos então uma caótica massa de guerreiros sem causa própria cujo único objetivo é destruir um ao outro sem dar importância às cordas que os tornam marionetes...


Att Ferreira G.M.V.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Rebelde com causa...



          É errado contrariar os padrões de uma vertente cultural baseada no egoísmo e no consumo? É errado assumir o controle da própria vida sem se importar com a opinião alheia? É errado não aceitar que definam o que somos e como devemos agir? Sim, é errado, mas só porque eles querem!
          Com o tempo o capitalismo cresceu e estabeleceu suas fundações no mundo atual e por fim se tornou uma entidade autônoma que engloba tudo e todos, até mesmo aqueles que se encontram no topo de sua cadeia hierárquica, usando seu onipresente mecanismo para fazer o mundo funcionar ao seu gosto, aprisionando os indivíduos em uma espécie de cúpula desregrada onde só aquele que aprende a tirar proveito das relações internas de poder consegue se sobressair e aqueles que tentam fugir ao padrão proposto logo são capturados e forçados a ver suas idéias virarem objeto de câmbio.
          E isso se perpetua geração após geração, a dominação pela alienação constitui o golpe mais baixo da estratégia de venda capitalista, o fluxo informacional excessivo aliado à propaganda massante faz apologia à ideia de que o conhecimento é menos valioso que a informação, grandes massas se formam e cada um de seus membros age como sentinela para o sistema, e quando ideias param de surgir o que antes parecia tender ao caos começa a se estabilizar, se assenta e como consequência o progresso para.
          No fim só nos restar torcer para que as coisas mudem, o que por si só já é algo grandioso, pois implica em admitir que o sistema que vigora não é certo, implica em deixar de ser um mero objeto e começar a pensar por conta própria e quem sabe propor algo que vá mudar o mundo...


"Eu sei quem sou, não preciso dessas coisas para me lembrar... "
(Efeito Borboleta)  


Pensem e reflitam!


Att Ferreira G.M.V.
        

quarta-feira, 23 de março de 2011

Contadores de Histórias...



Memórias são reais, só que tidas como sonho...
Sonhos são dádivas, muito mais que sagradas...
Sagrado é aquilo pelo qual se preza, é aquilo que se ama...
Amor é algo abstrato, mas que ainda assim não perde sua glória...
Glórias são conquistas, para as quais se dedica toda uma vida...
Viver é pensar e também nunca parar de buscar...
Buscar é querer saber, ansiar conhecer...
Conhecer é experimentar e guardar tudo na memória...
Memórias são memórias e com elas aprendemos à sonhar...


Att Ferreira G.M.V.

Não se deprima...


          Quando o medo do mundo faz com que o individuo se isole sentimos pena... quando o medo se justifica começamos a temer também... e sendo assim é de se esperar que medidas fossem tomadas, que o medo fosse combatido, mas conforme o tempo passa essa premissa parece cada vez condizer menos com a realidade. As resoluções adotadas acabam por impulsionar um doentio efeito dominó cujo fim tentamos inutilmente retardar.
          E por um momento ansiamos a ignorância para aplacar nossa tristeza, nos refugiamos em sonhos, mas estes sempre se vão, nos deixando uma unica questão "o que podemos fazer?". Nos sentimos impotentes, não conseguimos exprimir nossa angústia, simplesmente somos incapazes, sentimos falta de uma virtude e vergonha dos nossos vícios, não esperamos mais dias bonitos porque já estamos acostumados à não tê-los e não lembramos mais dos sonhos que tivemos.
          Percebemos as mudanças que ocorreram e nos perguntamos como tudo fugiu ao nosso controle, como o mundo perdeu seu encanto e o porquê de sermos tão egoístas. Para aqueles que enxergam e se sensibilizam com a verdade o mundo é diferente, a felicidade só existe por intervenção do acaso, mas este nem sempre é generoso.
          Todavia há poréns nessa análise, o que foi dito acima só se aplica àqueles que não conseguem lidar com o que descobrem, o mundo de fato é rigoroso e até mesmo cruel, mas só o pessimismo leva o homem ao fundo do poço... azar daqueles que estando lá não encontram nenhum tipo de pureza.
         
          Bem, esta foi a minha primeira postagem oficial! Meu nome é Gabriel Ferreira e esse texto foi estruturado com base na música "Há Tempos"(http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22493/) da banda brasileira Legião Urbana que, caso ainda não tenham reparado, eu admiro bastante e acredito que retrata bem meu estilo. Para quem se interessar eu também mantenho um outro blog chamado Virtude Baldia!? (http://virtudebaldia.blogspot.com/) onde há algum tempo venho postando aquilo que penso ou imagino pensar... ^^

Beijos e Abraços                                                         

Att Ferreira G.M.V.

terça-feira, 22 de março de 2011

Quem é você?



Sou amizade, mas antes de tudo sou família
Sou família, mas acima de tudo, amizade
Sou outono
Eu sou Inverno
Sou Legião, Paramore e Kamelot
Eu sou Chico, sou da Gaga, sou Beirut
Sou Dan Brown, sou Michael Crichton, Rick Riordan...
Sou J.K Rowling e Machado de Assis assumido. Sou Jorge Amado, Goethe, Umberto Eco...
Eu sou dia
Eu sou noite
Sou mais doce
Eu sou salgado
Sou lasanha, arroz e suco de limão
Eu sou sucos, massas e o que vier...
Sou tímido, mas gosto de curtir...
Tímido, descontraído, depende da pessoa...
Sou sonhador e escrevo o que penso
Escrevo o que sonho e penso o que sou

          Somos apenas jovens amigos e que apesar do que parece compartilham da mesma opinião. Que acreditam que apenas com o pensamento e a razão descobrirão seu real papel na sociedade. Se você compartilha do mesmo objetivo, ou não, sinta-se à vontade para acompanhar nossos posts e expressar sua opinião.

          Deixe este pensamento te levar...


Att Gabriel Ferreira e João Paulo Braune Guerra